O Brasil lidera o número de casos de ansiedade no mundo, de acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 9,3% dos brasileiros enfrentam o transtorno de ansiedade patológica. No entanto, pessoas encontram dificuldades para procurar ajuda especializada pela ideia de que os problemas de origem mental possam ser resolvidos por conta própria.
A pergunta é: Por que a ansiedade está adoecendo as pessoas?
A ansiedade, muitas vezes, é encarada como um fenômeno normal, associado à inteligência, acreditando que ser multitarefa é sinal de eficiência, quando na verdade se esquecem que o cérebro tem dificuldade para focar em mais de uma tarefa que requer raciocínio ao mesmo tempo.
A agilidade se tornou uma das principais características da atualidade, deixando um sentimento de incompletude que corrói a alma daqueles que não conseguem corresponder a essa expectativa, alterando profundamente o comportamento humano. A rotina pessoal e a jornada laboral têm contribuído para esse processo, e é muito comum as pessoas acharem que precisam de mais horas no dia e com toda essa pressa, muitos esquecem da importância de desacelerar.
Porém, essa vida corrida pode ter um preço alto, não só na saúde, como também nas relações pessoais. A lista de afazeres não para de crescer e parece cada vez mais difícil realizar algumas tarefas simples. Como consequência, a vida entra em piloto automático e as atividades são realizadas sem dar tempo de parar para contemplar os resultados.
O convite aqui é desacelerar, aproveitar a pausa do fim de ano, apreciar o Natal em família e rever o significado que se tem dado à vida.
O momento nos convida a fazer pausas internas, aquietar a mente de forma consciente e refletir sobre nossas ações, buscando novas opções para respondermos às situações do cotidiano. Essa é uma maneira saudável de cuidarmos do nosso Eu, de melhorar nossa relação com o nosso mundo interior e com os outros. Acredite, ser feliz é mais simples do que se imagina.
Por Simone Moraes, psicanalista